Orelhas proeminentes, também chamadas de Orelhas de Abano, são um pequeno detalhe, mas costumam incomodar bastante. A boa notícia é que existe uma técnica cirúrgica chamada Otoplastia que soluciona o problema. Essa é a plástica de orelhas mais comum, pois trata da conhecida orelha de abano sem deixar nenhuma cicatriz aparente. É realizada para modelar a cartilagem através de um acesso feito atrás da orelha, de onde é retirado o excesso quando necessário. Pode ser feita a partir dos seis anos de idade, quando a estrutura já apresenta mais de 85% do tamanho da orelha de uma pessoa adulta.
É a queixa estética mais frequente em relação a essa região. Corresponde à má formação mais comum da orelha e no seu desenvolvimento ocorre uma grande influência genética. Haverá uma atenuação do sulco antihelical – a dobra mais externa da orelha – um aumento da concha – a parte de dentro – e um aumento do ângulo concho-escafal – encontro entre a parte de trás da orelha com o osso. Essas características fazem com que a porção lateral da orelha fique mais afastada da cabeça, se tornando mais visível, o que dá a impressão de que a orelha é maior.
Apesar de não acarretarem alterações fisiológicas ou funcionais, ou seja, a audição nesses casos é perfeitamente normal, tais deformidades da orelha proporcionam considerável prejuízo estético. A presença de orelhas em abano pode causar ainda traumas psicológicos, distúrbios comportamentais e restrição do convívio social, sobretudo em crianças e adolescentes, por serem frequentemente vítimas de apelidos ou mesmo bullying. Estudos apontam que os problemas psicológicos sofrido por estes pacientes na infância relacionam-se com piora da qualidade de vida, resultando em pior desempenho na escola, inseguranças e baixa autoestima, dentre outras alterações comportamentais.
A cirurgia é aconselhada especialmente para as pessoas que enfrentam problemas de relacionamento e autoestima devido a esse aspecto, porque é uma pequena imperfeição estética que costuma estar relacionada e gerar “brincadeiras”, piadas e apelidos de gosto duvidoso. Por isso, o objetivo central da técnica da otoplastia é corrigir justamente essas imperfeições para que a face posterior da orelha se aproxime da cabeça, tornando- a menos visível quando se olha a pessoa de frente.
Atualmente existe consenso que podemos realizar esta cirurgia em crianças a partir dos 6 ou 7 anos de idade, uma vez que a orelha está praticamente formada, período que coincide com o início da fase escolar, época em que apelidos indesejáveis são criados pelos colegas de escola e que podem trazer traumas psicológicos futuros.
A intervenção pode ser feita com anestesia local e sedação ou anestesia geral e, o tempo de internação é de aproximadamente 12 horas. No pós-operatório é indicado o uso de uma faixa elástica por um período de quatro semanas apenas para dormir, isso para proteger e manter as orelhas na posição. Em geral, a recuperação é bastante rápida. O efeito da otoplastia pode ser observado logo depois da cirurgia, porém o resultado definitivo aparece de seis meses a um ano após a cirurgia, quando o a cicatrização é finalizada.